Ó PESSOAL...

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LEIAM E ENTENDAM!

Pedido de ajuda - Casa de Santa Isabel

A Quinta do Formigo em São Romão, um local de grande harmonia natural, onde se encontra a Casa de Santa Isabel (uma comunidade terapêutica para crianças, adolescentes e adultos com necessidades especiais) está neste momento a correr o risco de desaparecer. Isto porque as Estradas de Portugal e a Câmara Municipal de Seia pretendem criar um troço de ligação entre Seia e a Serra da Estrela que separará as diversas residenciais da Casa de Santa Isabel, além de acabar com o belo espaço que a natureza dá naquele local.
Assim, venho por este meio pedir-vos que assinem a petição contra esta obra, para o bem das pessoas da Casa de Santa Isabel e do povo de São Romão. Para isso basta acederem ao seguinte site:
http://www.petitiononline.com/formigo/petition.html,
http://www.casa-santa-isabel.org/

Obrigado
Metamorfosesvividas.blogspot

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

UM CÊ A MAIS




"Um cê a mais", Manuel Halpern


Quando eu escrevo a palavra ação, por magia ou pirraça, o computador retira automaticamente o c na pretensão de me ensinar a nova grafia.De forma que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa. Custa-me despedir-me daquelas letras que tanto fizeram pormim. São muitos anos de convívio. Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes cês e pês me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância. Na primária, por vezes gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora: não te esqueças de mim! Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí. E agora as palavras já nem parecem as mesmas. O que é ser proativo? Custa-me admitir que, de um dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espetadores nos espetáculos e alguns também nos frangos, que os atores atuam e que, ao segundo ato, eu ato os meus sapatos.
Depois há os intrusos, sobretudo o erre, que tornou algumas palavras arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato. Caíram hifenes e entraram erres que andavam errantes. É uma união de facto, para não errar tenho a obrigação de os acolher como se fossem família. Em 'há de' há um divórcio, não vale a pena criar uma linha entre eles,porque já não se entendem. Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os és passaram a ser gémeos, nenhum usa chapéu. E os meses perderam importância e dignidade, não havia motivo para terem privilégios, janeiro, fevereiro, março são tão importantes como peixe, flor, avião. Não sei se estou a ser suscetível, mas sem p algumas palavras são uma autêntica deceção, mas por outro lado é ótimo que já não tenham.
As palavras transformam-nos. Como um menino que muda de escola, sei que vou ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos. Sei que tudo vai correr bem, espero que a ausência do cê não me faça perder a direção, nem me fracione, nem quero tropeçar em algum objeto abjeto. Porque, verdade seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um cê a atrapalhar.
(Recebido por e-mail)

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